Viajuntos

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VIAJUNTOS EM CONTOS – o nosso primeiro wild camping

Eu vou contar agora uma história que aconteceu com nós lá na cidade de Tocopilla, Antofagasta, Chile onde tentamos fazer o nossos primerio wild camping.

Porque este lugar? Bom esta lugar foi escolhido por algumas razões :

– Queríamos ter a experiência de um wild Camping

– Estávamos cansados e tínhamos percorrido aproximadamente 350km e estava anoitecendo, pois saímos da cidade de São Pedro do Atacama um pouco tarde

– Tinha um clima de praia.

– Tinha um visual desértico igual de Marte.

– Parecia um lugar seguro pois não tinha civilização próximo.

Com todos estes elementos por que não fazer? Pensamos nos dois e decidimos então fazer ali nosso acampamento.

Então procuramos uma entrada em direção ao oceano Pacífico onde o carro pudesse entrar, pois tinha muitas pedras e fendas. Entramos em uma entrada na beira da estrada e seguimos um rastro de pneu. Nó começo era bem boa o caminho apenas com algumas pedras, mas logo como surgir pedras maiores e fendas.

Neste momento a Bruna(Minha esposa) pegou o celular e abriu o aplicativo Maps.me para ver ser tinha algum indicação, mas nada. Mas ela deixou gravando o caminho para que pudéssemos depois compartilhar com outros viajantes..(sorte nossa)

Depois de muita procura encontramos um lugar perfeito.

Este lugar tinha um visual incrível, pois tinha uma combinação de montanhas e mar , coisa que não é comum em nosso litoral. Andamos mais alguns metros encontramos um lugar para montar nossa barraca entra as pedras totalmente isolado (Na nossa cabeça)…

Parecia com solo de Marte, do mesmo jeito, muito parecido com as fotos que a gente já viu de Marte.

Bom, vamos lá então, montamos nosso acampamento, começamos a montar a barraca, pegamos os sacos de dormir e arrumamos nosso cantinho e começamos a fazer nosso café (amamos um bom café).

A montagem foi rápida pois estava preocupado com o anoitecer, o sol já estava se pondo no oceano Pacifico, o que era um momento tão esperado por nós. Sonhávamos com este momento.

Então, enquanto a Bruna fazia nosso café, fui preparar o meu banho, como nosso carro na época não tinha estrutura improvisei no galão de água mineral e fiz um chuveiro.. Pronto!!! Problema do banho resolvido com sucesso!! Quando estamos viajando uma das coisas mais importantes é um banho quente, outro dia conto histórias sobre este assunto….é engraçado.

Tomei o banho, a Bruna preparou o café nas rochas marcianas e foi lindo ver o por do sol que estava, um verdadeiro espetáculo.. Muito romântico!! Ficamos comtemplando o pôr do sol com som de fundo – o barulho do mar batendo nas rochas, e o pelicanos voando, muitos estavam bem próximo a nós, fazendo um barulho bem alto, é um som muito estranho. Em uma pesquisa no youtube achei o som para demostrar para(https://www.youtube.com/watch?v=H902yNdIbrs).

Agora era só esperar a noite chegar para curtir este momento.

A noite chegou, continuava a empolgação do lugar perfeito. A Lua estava cheia, iluminando tudo em nossa volta e as estrelas, ahh.. as estrelas.. Neste local, elas pareciam estar ali para ficar nos olhando…Eram muitassssss pois não tinha luzes de cidades para esconde-las.. E simplesmente demais ver a quantidade de estrelas que não vemos na cidade.

Mas no meu interior estava preocupado com a nossa segurança (Não irei esconder, meu medo era de um tsunami, terremoto, abdução alienígena, fantasmas, pessoas e de animais ), em um breve momento pensei em todas estas possibilidades, pois não sabíamos nada sobre este lugar (misterioso).

Seguindo com a história.. Entramos na barraca e colocamos nossas cabeças bem na entrada, onde fica o zíper, para ficar olhando a Lua e a Estrelas. Momento único em nossa vidas, tudo perfeito, do jeitinho que planejamos.

Enquanto olhava para o céu, eu percebi umas luzes no horizonte e mostrei para Bruna, dizendo para ela que parecia três barcos bem distantes, pois estas luzes estavam alinhadas. Como era noite não tinha como saber o que era e os pelicanos que estavam próximos faziam muito barulho, não dava para escutar nada além deles.

As luzes começam a se aproximar (momentos de tensão no ar), o que no começo eram luzes alinhadas, agora estavam desalinhadas e tinha 5 luzes e se aproximando, vindo da direção do mar, e os pelicanos aumentando seus sons.. Era assustador, pois pensei, o que fazer? Neste momento parece que nosso cérebro trava e começamos a escutar o som da nossa respiração e o pensamento dizendo que fizemos uma escolha errada.

Agora já estamos em pânico! Em um pensamento rápido de desespero (pior pensamento, que tudo tinha dado errado e agora estamos em risco). Falei para Bruna pega o máximo que puder e joga no carro, tudooooo e rápido… levantamos na velocidade da luz, pegamos tudo que podíamos pegar e jogamos no carro. Mas as luzes estavam se aproximando e os pelicanos vocês já sabem … o medo aumentando… eu disse para Bruna deixa a barraca e vamos rápido, rápido, rápido.. Neste momento lembrei de um quadro que temos no banheiro que diz assim:

“FEAR IS ONLY A DEEP AS THE MIND ALLOWS”

tradução:

“O MEDO SÓ É UM ABISMO QUE A MENTE PERMITE”

Hehehe, palavras bonitas para se dizer quando você não esta com medo.

Então, por um momento joguei a barraca inteira no carro sem desmontar e liguei carro e saímos correndo deste lugar. E as luzes se aproximando..

Só que nosso sair correndo tinha algumas obstáculos como o penhasco ao lado, fendas, pedras e rochas enormes no meio do caminho. Então tentei buscar a trilha que fizemos com carro, mas sem sucesso pois esta escuro era impossível encontrar a trilha, não tinha estrada, nada.

O maior medo era cair no penhasco e chance era grande, pois não sabia mais direção em que estava, a cada metro aparecia umas rochas que atrapalhavam ainda mais nosso senso de localização.

E as luzes se aproximando, e nós ainda procurando uma saída e nada, rodando lentamente do nada para lugar nenhum. Eu falando para Bruna que ja estava quase chorando, o que a gente faz?…o que a gente faz?…o que a gente faz?…

Neste momento como uma luz divina ela diz, o caminho que fizemos está gravado no maps.me, então ela foi procurar o telefone (perdido em algum lugar do carro). Nossos corações acelerados.. ela achou o celular, abriu o aplicativo. Uma sensação de alivio momentâneo. Ao abrir o mapa ela disse que estávamos alguns metros distante do caminho que fizemos na ida, mas como tinha muitas pedras e fendas tive que contornar e desviar e ela guiando como uma navegadora de Rali de Paris-Dakar cada palmo a ser percorrido à frente.

Com isto consegui manter a calma e ela informando com precisão o caminho, e aos poucos as luzes estavam ficando para trás. A trilha já estava sem pedras e sem fendas, uffaa!!

Em alguns minutos estavam vendo a auto estrada e sabíamos para onde ir. Foi umas das melhores sensações que já tive, hehehe.

Continuamos a seguir a viagem até a próxima cidade para encontrar um camping, pousada ou hotel. Estávamos muito cansados. Ainda mais com toda aquela injeção de adrenalina.

Mas ainda faltava uns 50km até a próxima cidade, e como eu estava exausto fiquei com medo de dormir na direção. Então falei para Bruna: – Vamos parar aqui na beira da estrada e dormir. Por lá tem vários recuos para os viajantes dormir na beira da estrada. Mas continuamos mais um pouco e vi um caminho na estrada e disse para Bruna, vamos ter que dormir por aqui. Ela pensou e disse, então tá.

Desliguei o carro, ajustamos os bancos do carro para trás e começamos a rir muito, como a Lua e as estrelas como expectadoras desta história.

Ficamos conversando e namorando um pouco, até que……A Bruna dormiu em sono profundo, e eu parecia uma coruja, mais alerta do que nunca…não conseguia dormir… isto já era quase duas horas da madrugada. Passei até o amanhecer cochilando.

Quando amanheceu foi uma sensação incrível, pois o sol nasceu entre as montanhas marcianas e com uma cor avermelhadas e como os topos com nuvens.

Então seguimos nossa viagem e fomos dormir em uma cidade chamada TAL-TAL em hotel com janela de frente para mar…

Mas está história fica para próxima, se vocês quiserem..

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